Coluna Asas #75 - Elas na literatura #2: Toni Morrison - (Renata Rothstein)

 


“Nós morremos. Esse pode ser o significado da vida. Mas nós fazemos linguagem. Essa pode ser a medida de nossas vidas."  - Toni Morrison, no discurso proferido ao receber o Nobel de Literatura (1993).


Primeira escritora negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura, nascida em 18 de fevereiro de 1931, em Ohio, Estados Unidos, Chloe Ardelia Wofford foi escritora, editora e professora, mãe e ativista pela causa preta, tendo escrito as biografias de Mohammed Ali e Angela Davis. 
Toni estudou muito ao longo da vida, não obstante suas origens, que tornariam tudo mais difícil. Era filha de um soldador e de uma dona de casa, vivenciando uma realidade de comunidade preta, nos Estados Unidos.
Antes de tornar-se escritora,  Toni foi empregada doméstica,  casou-se,  teve dois filhos e se divorciou. Estudou Teatro, Letras, e em 1970 publicou O olho mais azul, que,  na ocasião,  não foi tão bem aceito.
Toni, porém, seguiu sua trajetória escrevendo, sempre abordando com fervor os temas do sofrimento e exclusão,  sendo fortemente representativa na literatura preta norte-americana. E é assim que vai abrindo caminho e conquistando espaço,  trazendo aos olhos de uma sociedade estruturalmente racista as mazelas da escravidão e suas inúmeras consequências. 
Escritora de uma obra vasta, com onze romances,  cinco livros infantis,  oito livros de não ficção,  textos teatrais e contos. Seu estilo, marcado por histórias fortes, tratando de temas como escravidão e seu impacto na vida das mulheres negras nos Estados Unidos nos séculos XIX e XX, faz sua obra ser extremamente necessária e de destaque, uma vez que, em pleno século XXI, continuamos a ver, diuturnamente, mulheres de variadas etnias sendo massacradas,  simplesmente e tão somente pelo fato de serem mulheres.  São histórias densas, cheias de conteúdo e vida, resiliência,  resistência,  coragem  - e morte.

5 livros de Toni Morrison que precisam ser lidos:

Amada (considerado sua obra-prima, tendo sido adaptado para o cinema)

Morrison faleceu em agosto de 2019. Sua obra, seu legado seguem, mundo afora, demonstrando que a força da palavra e da cultura são indispensáveis na vida, movimentam, transformam, como na citação da própria Toni: fazer linguagem pode ser a medida de nossas vidas.

Comentários

  1. Muito bom! Já há algum tempo quero ler Toni Morrison, agora o desejo só aumentou. :)

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