Coluna Asas #28 - Ser ou não ser autor independente: eis a questão! - (Evelyn Postali)

 



Cá estou eu, lendo alguns artigos quando me deparo com a frase: Esperar editora é utópico. O sujeito, autor da frase, é nada menos que Ryoki Inoue, escritor japonês de mais de 1100 títulos, dono da empresa Ryoki Inoue Produções, que abriu mão das editoras e partiu para a publicação de seus próprios livros.

Quem, em sã consciência, sendo escritor/escritora, não quer ser contratado por uma editora? “Boa pergunta, Evelyn”, vocês dirão. Pois é. Porém, antes de analisar o abandono da tal “utopia”, é preciso falar algo indispensável: ser escritor/escritora, especialmente nesse país onde nos encontramos, é uma “jornada de herói”, única e individual, carregada de trabalhos hercúleos; um caminho com altos e baixos como qualquer outro processo criativo, mas solitário no seu fazer até atingir o produto final: a história completa, o livro, seja ele de qual gênero for, de ficção ou não-ficção.

“Já sabemos”, e eu sei que vocês sabem, mas não percamos de vista a tal da “utopia” – a espera por uma editora. E aqui, abro parênteses para dizer que a editora utópica, no meu entendimento, é aquela que, mesmo em parceria com o autor, não arranca suas entranhas e lhe oferece serviços de boa qualidade. Fecham-se os parênteses. Não estou dizendo, aqui, que buscar uma editora não deva ser o caminho a ser escolhido. Eu não seria ingênua a esse ponto. É claro, se o seu objetivo primeiro é o contrário da autopublicação, vá em frente! Já tem agente literário? Não? Tem sinopse bacana? Tem um primeiro capítulo interessante a ponto de fazer o editor querer ler mais do conteúdo de sua obra? OK. Repito: vá em frente.

Não perca de vista o que é básico: se para você, autor, publicar um livro é uma realização pessoal, para uma editora, é um negócio. Editoras buscam e selecionam autores em função de seus objetivos, do mercado no qual atuam e dos leitores a serem atingidos. Encontre a editora certa para o seu tipo de livro e público específico, e siga em frente.

Se existem vantagens em ser publicado por editora? É claro que sim, especialmente se ela tiver profissionais competentes e oferecer serviços, repetindo, de boa qualidade – revisão, impressão, projeto gráfico, divulgação. A pesquisa por depoimentos sobre publicações em editoras grandes e pequenas não é difícil. Você pode se informar e optar por uma empresa de qualidade. Pesquise!

Porém, se o seu objetivo não estiver ligado à publicação de seu livro por meio de um selo editorial, o rumo é outro e nada tão simples. Não vá pensando que você vai galgar um arco-íris montado em um unicórnio.

Ser um autor independente, ou como costumam dizer, autopublicado – ou seja, você sustenta toda a publicação do seu livro –, é desafiador e significa ser seu próprio agente literário, marqueteiro e ter o controle do processo de publicação, exercendo múltiplas funções.

Processo de publicação, entenda, é o caminho que o seu livro vai fazer a partir do momento em que você termina de escrever sua ideia. Quando você escreveu o último ponto final começa uma nova fase. Aí, virão: leitura crítica e revisão – porque é importante ter um profissional que conheça a língua nesse nível e que aponte erros de estrutura frasal, gramática, repetição de ideias, entre outras coisas –, diagramação e projeto gráfico interno – como seu texto vai ficar dentro do livro, cuidando de espaços vazios, afastamento de letras, distanciamento entre as frases, inserção de imagens ou detalhes bacanas entre capítulos, por exemplo –, revisão de diagramação– tenha muito cuidado nessa hora e faça você mesmo, página por página –, ISBN, ficha catalográfica, registro autoral na Biblioteca Nacional ou em outro órgão autorizado, arte de capa – porque a capa vende seu livro também. E quando tudo estiver de acordo, virá a parte de divulgação – tanto em meios impressos quanto nas mídias sociais, parcerias com livrarias e lugares próximos aos seus leitores, banners, tags, capas, etc. – de venda e de distribuição de seu livro e, é claro, as questões do retorno financeiro e avaliação os pontos positivos e os percalços da trajetória desde o início.

“É muita coisa”, você me dirá. E eu apenas concordarei e lhe direi “boa sorte”, porque o sucesso de sua obra depende da qualidade da escrita e também de outros fatores alheios ao seu empenho em conquistar leitores e divulgadores de sua produção. Contudo, garanto, existe uma liberdade compensadora na autopublicação. Como eu sei? Experiência própria – confira meus livros nas plataformas do Clube de Autores e Amazon.BR.

E se conselho vale, fica o meu: não confunda fama com sucesso. Sucesso é quando você atinge seus objetivos. Fama é quando os outros reconhecem o seu trabalho. Se, ao publicar seu livro de forma independente você sentir o gosto da realização tanto quanto sentiu ao terminar de escrevê-lo, então, definitivamente, você é pessoa bem-sucedida.

Terminando a prosa, sei que muitos conhecem, mas vale lembrar: Existem plataformas para você publicar seu livro. Kindle Direct Publishing, Kobo Writing Life, Wattpad, Clube de Autores, Book Creator, Perse, Livros Digitais... Elas ajudam na hora de publicar, mas é preciso conhecer os serviços (ler as entrelinhas) e tirar as dúvidas antes da aventura.

No mais, desejo sucesso.

Comenta aí, se já publicou, se não publicou... Qual a sua experiência nessa área?



Livros digitais - https://www.livrosdigitais.org.br/
Clube de Autores - https://clubedeautores.com.br/
Book Creator – https://bookcreator.com/
Livrorama –  https://www.livrorama.com.br/loja/
Creative Book Buider - https://apps.apple.com/br/app/creative-book-builder/id451041428
Escrytos - https://www.escrytos.com/
Wattpad - https://www.wattpad.com/
Kobo - https://www.kobo.com/br/pt/p/writinglife
Kindle Direct Publishing - https://kdp.amazon.com/pt_BR/  Repassa os valores mensalmente.
PerSe - http://www.perse.com.br/a_perse.aspx


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